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09/03/08

Indignação!


A indignação saiu à rua. Mais de 80.000 professores, vindos de todo o país, disseram hoje basta a uma ministra, e a um governo, autista e arrogante. Penso que a manifestação dos professores é justíssima. Mostra que realmente há gotas que fazem transbordar copos. Aguentaram até não poder mais. Este governo teve a capacidade incrível de unir uma classe tradicionalmente desunida. Mas após cerca de três anos de afronta contra a dignidade dos professores, chegou o dia de dizer basta. As mentiras que sistematicamente foram lançando para a opinião pública, nomeadamente na questão da avaliação dos professores, a arrogância e a prepotência demonstrada por este governo autista, recorrendo à demagogia e ao populismo barato, tipo Major Loureiro, tinham (ou têm) que ter um fim. As medidas para a educação deste governo, nunca tiveram por fim último a melhoria do sistema de ensino, mas sim a economia de uns milhões. Mas para os irem buscar aos interesses instalados nunca houve coragem! Refiro-me, por exemplo, à especulação bolsista, às mais-valias da banca e das seguradoras, etc.
A Educação portuguesa tem muitos problemas, que têm que ser resolvidos. É certo! Mas as verdadeiras reformas fazem-se com as pessoas e nunca contra elas. E não é só a ministra e a nulidade dos seus secretários de estado que está em causa. É todo o Governo. É, em última análise, o primeiro-ministro. Hoje, através dos professores, Sócrates levou com um cartão quase vermelho. Porque hoje, em Lisboa, foi a indignação de todos os trabalhadores portugueses que desceu à rua pela mão dos professores. Senhor primeiro-ministro: a sua política não se compadece com os valores do socialismo democrático, que diz defender, sendo até antagónicos áqueles. E tenho moral para o dizer. Foi também o meu voto que o elegeu. A governação anti-social, o ataque sistemático aos direitos sociais dos cidadãos, e, pior ainda, a intimidação dos professores, no melhor estilo pidesco, com o envio às escolas de policias à paisana são disso bons exemplos. A desculpa que lá foram por questões de organização do trânsito não pega. É mais uma mentira. Esses episódios trouxeram-me à memória recordações de infância. Quando pelas ruas da baixa de Coimbra passeava com a minha avó e viamos polícias com as mangas arregaçadas, ela dizia-me que quando assim iam era para bater nos estudantes... e eles sabiam-no bem!

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